24 agosto, 2012

Dos dias com ele

 Ele fazia ela se sentir diferente. Ele era divertido e brincalhão fazendo-a sorrir de uma maneira que ninguém antes pudera ter feito. Ela ultrapassava limites, quebrava as regras e com constância quebravam barreiras juntos e desfaziam "primeiras vezes" com coisas novas e inusitadas para ambos. Eram desafiadores entre si. Ela o chamava de fogo e ele lhe chamava de pimenta.
 Com saudade ela lembra de seu sorriso. Dava gosto vê-lo com os branquíssimos formando o conjunto, o melhor sorriso de todos. Volta e meia sente falta do seu cheiro, da calmaria do seu beijo, que saltitava a diaba de seu interior e arrepiava até as entranhas do seu lugar mais profundo. Era fascinante ter sua grande língua dançando em sua boca, casando com a sua, fazendo-a contorcer-se e tão logo nos encontros do orgasmo. Grandes mãos, tomadas seguras e firmes em seus braços. Desejo. Suor. Ofegantes. Nus. Ela sente o desejo de te-lo de novo.
 Acorda às seis horas da manhã. Toma um banho gelado para despertar estímulo para seguir na batalha de todo dia e dispersa o pensamento saudoso que a tomou a noite toda. Deixa que umas lágrimas escorram meio à solidão que faz dos raios de sol sua única companhia e segue, rumo a mais um dia sem ele.
 Nathalia Pacheco


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